Em um mundo de novas tecnologias e facilidades, os transplantes estão cada vez mais acessíveis na medicina. Mas será que todos os órgãos do corpo humano já podem ser transplantados? Pode-se dizer que o único que ainda não é possível é o cérebro. Será que conseguiremos passar o cérebro de uma pessoa para outra? Para o chefe do Serviço de Imunologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Luiz Fernando Jobim, o cérebro é o grande órgão que nunca foi e não vai ser tão cedo transplantado. "É muito complexo e tem toda a parte nervosa, que dificilmente se conseguirá conectar com o resto do corpo", afirma.
Neste ano, Dmitry Itskov, um bilionário russo, anunciou um plano megalômano de tentar implantar um cérebro em um robô. Segundo Luiz Fernando Jobim, o plano não passa de ficção científica. "Não existe nem tentativas para isso", disse Jobim sobre o processo de transplante de cérebro.
Mas, mesmo para os casos tradicionais, esse tipo de cirurgia não é tão simples. O transplante de medula óssea, por exemplo, Jobim considera o mais complexo. "Talvez seja o mais fácil de realizar, por ser praticamente uma transfusão de sangue, mas precisamos que o doador e o receptor sejam geneticamente idênticos, ou com uma diferença muito pequena na compatibilidade HLA (genética)", afirma o especialista. "Não podemos ter grandes diferenças, pois a medula óssea transplantada vai rejeitar o paciente, ao contrário do que acontece no rim, que o paciente rejeita o rim. No transplante, o enxerto é o que rejeita o hospedeiro".
[ Terra ]
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